Resposta a uma mulher com o nome Mariana que escreveu um breve comentário no blog dos jovens pelo sim.
Minha Querida Mariana,
É verdadeiramente surreal que se sirva de imagens de abortos.
Está visto que quer continuar a encher a sua galeria de fotografias com mais abortos, pois normalmente são fotos de abortos ilegais e executados sem qualquer condição.
E olhe, se não tem capacidade de argumentação então não partcipe. Espero que também seja contra as várias guerras que existem em todo o mundo bem como espero que apoie todas as crianças que já existem em todo o mundo e que sobrevivem sem condições.
Se acha realmente que todas as crianças devem ser desejadas e amadas pelo(s) seu(s) pai(s), também poderia partilhar connosco se já é mãe, se está a pensar adoptar ou se na realidade quer que os filhos do “código penal” que tanto deseja que existam, sejam na realidade crianças e futuros adultos que não são desejados nem têm direito a qualquer amor de seus pais.
Provavelmente até é contra a adopção por parte dos casais homosexuais. O que é deveras interessante de todos os pontos de vista. Restringe assim o acesso a um universo de pais e mães que efectivamente desejam e estão dispostos a dar um lar harmonioso para mais crianças sedentas desses lares.
E elas efectivamente existem e são muitas as que estão por adoptar.
E como mulher? Pelo menos pelo nome pressuponho que o seja, acha mesmo interessante que a partir do momento em que tem uma gravidez deve ficar sem qualquer direito de decisão do seu próprio futuro, acha mesmo razoável que uma mulher possa ficar refém de algo que é absolutamente dependente dela até pelo menos os 6 meses e que como tod@s sabemos é na realidade dependente de nós até morrermos.
Isso a mim não soa a nada de maravilhoso, a mim, quase que parece uma maldição, e na realidade não imagino a carga que pode ter nesse contexto qualquer relação sexual, pois qualquer meio de protecção pode falhar.
E sabe Mariana, garanto-lhe que tudo isso não tem rigorosamente nada a ver com o desejo de ser mãe ou pai, pois creio que quer os pais quer os filhos têm o direito de ser desejados e de ter uma relação aceite por tod@s e não imposta por ninguém, muito menos por uma lei inscrita no código penal.
E o seu “Não” é portanto pelo Não direito da mulher de decidir pela sua própria vida e ainda mais tendo em conta que muitas jovens adolescentes já podem ser mães… está mesmo a retirar a possibilidade de decisão sobre uma ainda tão curta vida. É triste e ainda mais sendo uma mulher a fazer essa campanha. muito triste.
Eu voto SIM!
Pois desejo que uma mulher possa viver a sua sexualidade em liberdade e que a não perca num momento de tomar uma decisão tão importante como essa de gerar uma vida para este nosso mundo.
sem mais,
Zé Nuno.